Whitetopping
A nova forma de recuperar
pavimentos asfálticos
Matéria
do Engenheiro Civil Márcio Rocha Pitta - Coordenador do
Comitê
Técnico 303 do Ibracon e Assessor Técnico da
Presidência da ABCP
INTRODUÇÃO
O whitetopping pode ser colocado
diretamente sobre a superfície do antigo pavimento,
somente requerendo preparo prévio caso haja
deterioração funcional ou estrutural - veja quais são
os tratamentos na tabela defeitos e
preparos requeridos.
Em qualquer situação o pavimento asfáltico existente
é considerado como uma excelente camada de fundação,
incorporando-se estruturalmente ao whitetopping. O
concreto empregado no whitetopping é o tradicionalmente
usado em pavimentos comuns: resistência característica
a tração na flexão da ordem de 45MPa, abatimento do
tronco de cone máximo de 60mm e consumo de cimento acima
dos 320kg/m³ de concreto.
Em certas situações críticas, quando é necessário
liberar rapidamente o tráfego, lança-se mão do
concreto de cura rápida (fast-track), que permite o
trânsito de veículos após poucas horas depois da
concretagem, com segurança - para conseguí-lo uma
especificação criteriosa deverá considerar
combinações quanto a tipo de cimento, conteúdo de
água, temperatura do concreto e dos materiais, tipos de
aditivos e métodos de cura.
Pode-se optar por um dentre vários tipos de pavimentos
de concreto para compor o whitetopping: concreto simples
com barras de transferência de carga, concreto com
armadura distribuída descontínua e concreto
continuamente armado. A maioria das aplicações tende
para o pavimento dotado de juntas, com ou sem passadores
de carga (barras de transferência). Nessa situação a
espessura mínima da placa de concreto deve ser de 10cm.
Se adotado o pavimento continuamente armado, esse valor
sobe para 15cm. O dimensionamento da espessura pode
seguir qualquer procedimento consagrado para o cálculo
de pavimentos novos de concreto, como os da American
Association of Highways and Transportation Officials
(AASHTO 1993) e da Portland Cement Association (PCA
1984).
Na determinação da espessura do whitetopping, é
fundamental avaliar o suporte dado pelas camadas já
existentes, o que se faz por medida direta ou empregando
uma combinação de ábacos e tabelas. A medida in situ
requer o emprego de dispositivos automáticos como o
Falling Weight Deflectometer (FWD), nem sempre
disponível, o que remete o projetista a avaliar o
suporte efetivo, outro processo muito difundido e aceito.
Com relação ao projeto geométrico e de juntas há duas
diferenças entre o whitetopping e o pavimento comum de
concreto - A distância entre as juntas transversais deve
ser reduzida significativamente em função direta do
valor da espessura resultante do recapeamento, quase
sempre pequena, inferior às tradicionalmente empregadas:
como regra prática, pode-se adotar comprimentos de
placas iguais a 25 vezes (em metros) a espessura (em
metros) de whitetopping. Por exemplo, um whitetopping com
12cm de espessura admitirá espaçamento máximo de 3m
entre as juntas, o que poderá ser modificado, caso a
esperiência local assim o indique.
A profundidade das juntas deverá chegar a 1/3 da
espessura de placa, enquanto nos casos tradicionais não
ultrapassa 1/4 da mesma espessura.
Segue para
Métodos Construtivos
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